OTHER TYPES OF WORKS

  • 01-2021-capa-new-developmentalism
  • 07-2004-capa-democracy-and-public-management-reform
  • 01-2021
  • 10-1998-capa-reforma-do-estado-para-a-cidadania
  • 04-2016-capa-macroeconomia-desenvolvimentista
  • 05-2010-capa-globalization-and-competition
  • 09-1993-capa-economic-reforms-in-new-democracies
  • 10-1999-capa-reforma-del-estado-para-la-ciudadania
  • 06-2009-capa-construindo-o-estado-republicano
  • capa-novo-desenvolvimentismo-duplicada-e-sombreada
  • 02-2021-capa-a-construcao-politica-e-economica-do-brasil
  • 17-2004-capa-em-busca-do-novo
  • 12-1982-capa-a-sociedade-estatal-e-a-tecnoburocracia
  • 09-1993-capa-reformas-economicas-em-democracias-novas
  • 2006-capa-as-revolucoes-utopicas-dos-anos-60
  • 16-2015-capa-a-teoria-economica-na-obra-de-bresser-pereira-3
  • 13-1988-capa-lucro-acumulacao-e-crise-2a-edicao
  • 03-2018-capa-em-busca-de-desenvolvimento-perdido
  • 05-2010-capa-globalixacion-y-competencia
  • 08-1984-capa-desenvolvimento-e-crise-no-brasil-1930-1983
  • 05-2009-capa-mondialisation-et-competition
  • 05-2009-capa-globalizacao-e-competicao
  • 2014-capa-developmental-macroeconomics-new-developmentalism
  • 11-1992-capa-a-crise-do-estado
  • 15-1968-capa-desenvolvimento-e-crise-no-brasil-1930-1967

Sobre o medo e o ódio

Luiz Carlos Bresser-Pereira

Nota no Facebook, 23.8.2018.

.


O dólar continua a subir, hoje bateu R$4,12. Todos estão de acordo, é o dólar da crise política brasileira, da insegurança em relação às eleições presidenciais que estão próximas. Mas para quanto irá o dólar? Qual a profundidade dessa crise? Pode ser comparada com a crise de 2002, quando o medo da eleição de Lula levou o dólar, a preços de hoje, a R$7,00? Há muita gente pensando assim, mas estão enganados. Não há medo de Lula, ou de seu vice, Fernando Haddad. Já está claro que um deles é o mais provável presidente da República. E não há por que temê-los – não há por que pensar que agirão de forma irresponsável tanto no plano fiscal quanto no plano cambial. Já sabem que deficits fiscais são muito perigosos, e que deficits em conta-corrente significam taxa de câmbio apreciada e desindustrialização.

Mas se o mercado financeiro não tem medo de Lula, como explicar a violência do comportamento das elites econômicas e políticas brasileiras em relação a Lula e ao PT? E o comportamento de um setor oportunista do poder judiciário que resolveu transformar Lula em um criminoso e o julgar sem qualquer prova convincente?

A explicação está, a meu ver, não no medo, mas no ódio. O mercado financeiro não tem medo, mas essas elites têm ódio de Lula e do PT. Ódio que apareceu pela primeira vez na história política do Brasil em 2013. Ódio sem base, irracional como todo ódio. Ódio de uma classe média que viu os pobres e os ricos prosperarem, enquanto ela era esquecida, e encontrou “um culpado” para isso.

Se pensarmos bem, verificaremos que o aumento havido nas intenções de voto em Lula em todas as pesquisas não é apenas resultado de os pobres terem sido bem tratados no seu governo. Ou do inegável carisma de Lula. É também uma reação popular contra o ódio e a injustiça.

Precisamos, com urgência, pacificar o Brasil, e levá-lo de novo a construir seu desenvolvimento. Essa será a primeira tarefa do presidente que será eleito em outubro próximo. Lula sempre foi um pacificador. Vamos esperar que ele mais uma vez possa mostrar essa qualidade.