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O Estado do futuro

Cláudia Costin

Jornal do Brasil, Opinião, pág.9

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Um dos acontecimentos mais importantes deste final de século é a perda de popularidade do pensamento econômico conservador, aquele que depositava todas as suas fichas numa espécie de poder mágico dos mercados. A vitória de Tony Blair na Inglaterra, com tudo o que significou de desilusão em relação aos 18 anos de governo conservador e com todas as propostas de revisão de certos dogmas ligados à questão do Estado mínimo, da infalibilidade da administração privada de serviços públicos e da distribuição de renda e da justiça social numa economia de mercado, tem feito daquela nação palco principal deste debate.


As quase duas décadas de poder dos conservadores tiveram como resultado a consagração de certa ideologia individualista e ultraliberal que parecia a única possível em face do desmantelamento dos regimes comunistas na União Soviética e no Leste Europeu. Os anos 90, em especial os mais próximos do fim do milênio, têm tido o mérito de revelar que é necessário fazer uma distinção entre a ideologia que sustentava a ação e as estratégias de governo da era Thatcher de um projeto em grande parte vitorioso de reestruturação do governo naquele país. No Brasil, assim como há os estatólatras, há também os mercadólatras, aos quais incomoda imensamente uma tese como a da terceira via. Com ela, a vitória que saboreiam desde a desintegração do mundo comunista perde parte do sabor. É como se estivessem diante de uma conquista incompleta ao ter de conceder que o mercado também não pode tudo.


O que tem começado a ficar claro é que a eficiência – ou a falta dela – não é exclusividade dos mercados, e que os governos têm um papel importante a desempenhar no mundo globalizado. As ações na área social mostram que não estão certos os que pretendem transformar em peças arqueológicas muitas das preocupações que ocuparam a agenda da esquerda mesmo em anos mais remotos, pois é a ela que Tony Blair se refere quando afirma que "a nossa agenda vai dar nova forma à vida das pessoas". O grande desafio da social-democracia está hoje em conciliar os espaços que cabem a Estados e mercados. Os mercados estão de fato mais habilitados a administrar serviços públicos, mas o Estado permanece como o ente regulador capaz de garantir o cumprimento de metas de eficiência e de impedir a formação de monopólios privados.


A realidade é que o Estado, desde que bem administrado, pode ser tão eficiente na sua esfera de atuação quanto uma empresa privada. E não se trata de cortar custos, como muitos supõem. A questão não é gastar menos e sim gastar melhor. A Inglaterra foi bem-sucedida em parte deste esforço, embora reconhe&cc