O Banco Central deve ser “relativamente” independente em sua política de juros, mas não pode ser ele próprio que tem o direito de define a meta de inflação.
Em entrevista, o presidente Lula declarou que “a independência do Banco Central é “bobagem” e que a atual meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), atrapalha o crescimento da economia.”
Ele tem razão. O Banco Central deve ser “relativamente” independente em sua política de juros, mas não pode ser ele próprio que tem o direito de define a meta de inflação.
Dois excelentes economistas, Ricardo Barboza e Bráulio Borges, escreveram artigos defendendo com bons argumentos que a meta de inflação deve ser mais realista.
Independência plena dos bancos centrais é tese do mercado financeiro, ou seja, da coalisão neoliberal de rentistas e financistas. É esperteza.
O “mercado” quer que o Banco Central seja “independente” para ficar subordinado a ele e não ao governo eleito. Quer que o Banco Central seja governado por técnicos neutros que pairem acima dos interesses.
Esses técnicos não existem; o que existe são de um lado os interesses do povo e dos empresários produtivos que querem inflação controlada e crescimento, e de outro os interesses dos rentistas e financistas reunidos no mercado financeiro.