Luiz Carlos Bresser-Pereira
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Este artigo do Armínio Fraga na Folha, “Uma resposta à altura da crise” (https://bit.ly/3coFoe6), nos diz o que ortodoxia liberal promete para 2021 e para os anos seguintes. Para evitar algo nessa linha é preciso defender o financiamento monetário dos gastos. Eu venho gritando isto desde março. Não seria o caso de fazermos um documento breve mas bem argumentado nessa direção?
As pessoas pensam que o financiamento monetário ou emissão de moeda, mesmo que não cause inflação neste caso, é inaceitável porque “permite ao Estado gastar o quanto quiser” - que desaparece a restrição fiscal. A restrição fiscal continua fundamental. Antes da restrição fiscal-inflação há a restrição taxa de câmbio-inflação, ou seja, o aumento das importações, do déficit em conta corrente e da dívida externa, e aumento da taxa de juros para financiar o déficit, aumento das entradas líquidas de capital e apreciação cambial. Como a da inflação, essa restrição fundamental não está presente no caso dos gastos com a Covid-19.