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Reforma política

Luiz Carlos Bresser-Pereira

Nota no Facebook, 1.4.2017

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A crise política que ameaça a reeleição dos atuais deputados e senadores abriu espaço para a tão desejada reforma política. Desde 1960, quando soube qual era o modelo eleitoral alemão, o sistema distrital-misto, eu defendo firmemente esse sistema, que é um compromisso entre dois sistemas opostos – o majoritário ou distrital e o proporcional. Na Alemanha o eleitor vota duas vezes: no candidato que prefere no distrito, e na lista fechada do partido político. É o sistema ideal, porque reduz o custo das campanhas eleitorais; porque combina o caráter mais democrático do voto proporcional, com o voto mais responsável do eleitor em um candidato de seu distrito; e porque fortalece os partidos políticos.



A ideia da lista fechada foi lembrada e está sendo condenada porque salvará uma parte dos políticos. Não é assim que se melhoram as instituições de um país. Já está claro para todos que, sem terem suas reeleições ameaçadas, os deputados e senadores não fazem a reforma necessária. Agora existe uma oportunidade para udança para um sistema muito melhor. Vamos tratar de aproveitá-la, ao invés de nos perdermos no moralismo tolo, “a qualquer custo”, que critiquei no meu último artigo na Folha, que reproduzi aqui no Facebook.