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Relatório sobre a Conferência Mundial da Ciência de Budapeste

Luiz Carlos Bresser-Pereira

Relatório do Ministro Bresser-Pereira que presidiu a delegação do Brasil à Conferência Mundial da Ciência realizada pela UNESCO e pela ICSU, Budapeste, 26 de junho - 1º de julho 1999.

Relatório do Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira de sua participação na Conferência Mundial sobre a Ciência - "Ciência para o Século XXI: Um Novo Compromisso", patrocinada pela UNESCO e pela ICSU, Budapeste, 26 de junho - 1º de julho 1999. Nesta conferência Bresser-Pereira pronunciou a conferência "In Defense of Science", que teve como background o problema dos alimentos transgênicos. Relatada reunião com a delegação da China.


A Conferência Mundial sobre a Ciência, organizada pela UNESCO e a ICSU, e realizada em Budapeste entre os dias 26 de junho e 1o. de julho de 1999, foi a primeira conferência desse tipo realizada após a de Viena, 20 anos atrás, e será uma referência importante para o futuro, quando tratarmos do lugar e do papel da ciência no século vinte-e-um. O tema geral adotado pela conferência foi "Ciência para o Século Vinte-e-Um: Um Novo Compromisso". Minha visão crítica sobre e conferência está no meu discurso em Budapeste, "In Defense of Science", no qual afirmo que a ciência enfrenta hoje uma crise de legitimidade, na medida em que os próprios cientistas adotam uma posição defensiva diante dos ataques, expressa ou no instrumentalismo ou em uma subordinação da ciência à ética, que são inaceitáveis. A ciência vale, antes de mais nada, pelo conhecimento que alcança; o que se subordina à ética é a aplicação da ciência, não a própria ciência. Aqui farei um relato de minha viagem. Combinado com os relatos dos demais componentes da delegação, e com o discurso do ex-ministro José Israel Vargas, e com o texto da World Declaration on Science and the Use of Scientific Knowledge, que foi então aprovada, teremos aqui no site do MCT/CNPq, um dossiê da conferência a partir de uma perspectiva brasileira.



Nossa delegação, constituída formal e informalmente por um grupo significativo de pesquisadores envolvidos na política de C&T, era composta por José Israel Vargas, Marília Sardenberg Zelner, Eduardo Krieger, Jacob Palis, José Fernando Perez, Carlos Henrique Brito Cruz, Dora Ventura, Carlos Pacheco, Denis Rosenfield, Izabel Tavares, Flávio Fava de Moraes, José Arthur Giannotti, Elisa Reis, Wrana Pannizi, Bibiane Lengler Michaelsen, e Letícia Schwarz, que se responsabilizou pela organização do grupo. Em Budapeste ela e todos nós contamos com o apoio competente da embaixada do Brasil, representada pelo diplomata Carlos Leopoldo Gonzalez de Oliveira, e, em um outro nível, com o apoio sempre firme de Heitor Gurgulino de Souza, que foi reitor da Universidade das Nações Unidas em Tóquio durante muitos anos, e foi um dos principais organizadores da Conferência Mundial sobre a Ciência, na qualidade de assessor da diretoria executiva da UNESCO. Todos os membros da delegação participaram ativamente da Conferência, alguns de maneira formal. Seus relatórios fazem parte também deste dossiê. Merece especial menção a jovem estudante de mestrado Bibiane, que participou oficialmente da delegação por ter ganho um prêmio da UNESCO por um trabalho criativo que apresentou recentemente em um concurso. Nesse trabalho ela estudou, de uma perspectiva geológica e geográfica, os problemas envolvidos na escolha das populações de baixa renda de regiões de encosta, sujeitas a desabamentos, para construir suas habitações.



Encontro com Cientista Mexicano



No ônibus, no aeroporto de Frankfurt, vi um homem com um livro na mão, Technology and Politics. Perguntei se ia para a Conferência. Disse que sim, e contou-me, em bom português, que é mexicano, e doutorou-se em física no CBPF. A conversa com ele foi interessante e merece ser aqui relatada. Feliciano Sánchez Sinencio é coordenador geral de pós-graduação e pesquisa do Instituto Politécnico Nacional de México, uma imensa organização de ensino e pesquisa com cerca de 90 mil alunos. Recentemente o Instituto criou diversos centros tecnológicos de pesquisa no interior do país com uma política baseada em cinco princípios:



1. A iniciativa da pesquisa deve ser sempre da empresa, não do pesquisador.

2. A empresa deve ressarcir o Centro em 10 a 50 por cento dos seus custos com a pesquisa solicitada.

3. Para cada projeto de pesquisa é sempre formado um pequeno comitê constituído de pesquisadores é técnicos da empresa.

4. A empresa deve, em um certo momento, indicar quantos técnicos deseja que obtenham mestrado ou doutorado.

5. A empresa a qualquer momento pode desis